terça-feira, 29 de setembro de 2015

XV CAMINHADA INDÍGENA TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA



No dia 27 de setembro aconteceu a XV CAMINHADA INDÍGENA TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA em Memória aos Mártires do Massacre do Rio Cururupe e à Caboclo Marcelino.
Jovens compareceram e registraram o ato

A caminhada començou na Praça de Olivença, em frente da Igreja de Nossa Senhora da Escada as 8:30 da manhã. Contou com a presença de mais de 500 pessoas, incluindo representantes da Teia dos Povos, representantes do Forum Ampliado de Educação Escolar Indígena, estudantes da UESC e outros apoiadores da luta do Povo Tupinambá. Os participantes percorreram os 6km numa faixa da BA-001 em direção à Ilheus até as margens do Rio Cururupe onde aconteceu o Massacre do Caboclo Marcelino nos anos 1930's na época da construção do Ponte sobre Rio Cururupe. Chegando no Rio Cururupe, guerreiros do Povo Tupinambá de Olivença realizou um ritual. Depois, todos os participantes reuniu num grande círculo para ouvir as palavras dos Caciques, anciãs e lideranças presentes no ato. Foram tratados os temas da juventude, a identidade Tupinambá, o meio ambiente, e a luta continua para a demarcação do territorio Tupinambá.

Cacique Ramon e Jacarandá no Encerramento da Caminhada


Cacique Ramon da Aldeia Tukum na suas palavras explicou que "hoje lutamos para nossa permanencia, resistência, fortalecimento de nossa processo de cultura e rituais, e também a garantia de nossa vivência dentro de nosso território. Somos um povo rico, temos uma mata que esta sendo destruida a cada dia através destas mineradoras, grandes agentes que vem e interferem dentro de nossos territorios, acabando com nossas nascentes, nossa água. Isto a pesar de que estamos numa instância hidro-mineral na beira mar, um lugar único no mundo, não existe outra. Nós estamos lutando justamente para que tenha esta permanência, para que não acabe nossa Mata Atlântica, nossos manguezais, o nosso mar- que também esta sendo vendido...E isso não se trata só da nossa saúde, trata da saúde de todo o povo brasileiro, de nossa sociedade olivence, que vai utilizar destas áreas futuramente, destas aguas, destas matas para ter uma qualidade de vida melhor. Queremos a sobrevivência e permanência de nosso povo Tupinambá de Olivença."

A Caminhada foi o encerramento do VII SEMINÁRIO INTERNACIONAL ÍNDIO CABOCLO MARCELINO, com o tema: HISTÓRIAS, CULTURAS E LUTAS DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL E AMÉRICA LATINA , que aconteceu nos dias 23 a 26 de setembro. Para mais informação sobre o Seminário, veja aqui: http://seminariocaboclomarcelino.blogspot.com.br/

Divulgando a IV Jornada de Agroecologia da Bahia
Um anciã da Aldeia Tukum quem era pequeno na época do Cabloco Marcelino

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Tupinambá já pisou no chão
Tupinambá já pisou sem medo
Tupinambá já entrou na mata
Tupinambá foi buscar rochedo


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domingo, 20 de setembro de 2015

XIV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas


"Bonecos e Ancestralidade

 Entre os dias 30 de setembro a 04 de outubro de 2015, acontecerá na cidade de Itacaré o XIV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas, evento realizado pela Associação de Afro Desenvolvimento Casa do Boneco de Itacaré com objetivo de fomentar e difundir práticas educativas voltadas para a história e cultura afro-indígena com foco na infância e juventude. 



 A ação educacional denominada pedagoginga mobiliza mestres e mestras de saberes populares tradicionais e educadores de todo Brasil em prol da criação e fortalecimento de um modelo de educação que dê conta dos saberes ancestrais africanos, afro-brasileiros e indígenas através da ação artística, cultural, tecnológica, voltando-se para o empoderamento coletivo do povo negro enquanto movimento de união de africanos em diáspora. As atividades culminam na celebração religiosa do Caruru de Ibeji. 




 O tema ‘‘Bonecos e Ancestralidade’’ tem por objetivo promover os bonecos (gigantes, fantoches, marionetes, etc.) enquanto brinquedos ancestrais de educação infantojuvenil, onde a ludicidade assume papel fundamental no processo de aprendizagem e formação identitária. Além disso, os bonecos são historicamente marcantes para a instituição proponente, visto que o teatro de bonecos se torna o carro chefe da mesma e uma de suas principais atividades, dando o nome do coletivo: Casa do Boneco. 



Programação: 

A programação conta com oficinas de teatro, canto, dança e percussão afro brasileira, capoeira angola, teatro de bonecos, grafitti, rap, breackdance, línguas africanas, produção de spot e contação de história. Também acontecem ações agroecológicas, rodas de conversa e tambor, sessões de cineclube e apresentações artísticas. 

Inscrição: 

Para participar é necessário preencher o formulário de inscrição, optando por contribuir financeiramente ou trabalhando na estrutura o evento. À partir do dia 20/09 não haverá mais a opção de contribuição com trabalho pois os grupos já estão completos, restando apenas a contribuição financeira no valor de R$ 30,00 para cobrir a alimentação, além da obrigatoriedade de trazer (1) livro com temática afro-indígena e (1) brinquedo. O pagamento é facultativo somente para estudantes da rede pública, moradores de Itacaré e comunidades quilombolas, indígenas e assentadxs. A pré-programação e as informações necessárias para efetuação da inscrição estão disponíveis no link: Casa do Boneco

Hospedagem/Alimentação: 

A Casa do Boneco não dispõe de recursos para oferecer estrutura de alojamento aos participantes. Aos devidamente inscritos será garantida a alimentação durante os dias do evento. É necessário trazer o kit alimentação (prato, copo, talheres). 

Contribua com o Fundo de Apoio: 

 O “XIV Caruru de Ibeji e as Pedagogingas” é uma celebração comunitária realizada com a colaboração de voluntárixs e colaboradorxs de todo o Brasil. Colabore também, depositando agora mesmo qualquer valor para nosso Fundo de Apoio, na conta abaixo: 

Banco do Brasil 
Agência: 4105-X 
Conta corrente: 8065-9 
Titular: Daniele dos Santos de Jesus 

Serviço: 

Local: Sede da Associação de Afro Desenvolvimento Casa do Boneco de Itacaré. Rua Praia da Concha, nº 41- Itacaré- BA. 
Data: De 30 de setembro a 04 de outubro 
Evento: https://www.facebook.com/events/1673800436171862/ 
Fan page: facebook.com/casadoboneco 
Telefone/ Whatsapp: (73) 9199-6986 
Blog: casadoboneco.blogspot.com.br

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

II Seminário Internacional de Educação do Campo

II Seminário Internacional de Educação do Campo 
III Seminário Estadual de Educação do Campo 
I Encontro do PROCAMPO Nordeste

 Aconteram em Feira de Santana (BA), nas universidades UEFS e UFRB entre os dias 02 e 05 de setembro e a Teia de Agroecologia dos Povos estava marcando presença com apresentação de trabalho sobre os Trechos Solidários Agroecológicos e ainda em uma mesa de apresentação sobre “Luta de Classes, Território e Soberania Alimentar”.





  •     Trabalho em Espaço de Diálogo


 Quinta-feira, 02/09, pela manhã, foi o momento de apresentação do trabalho em uma sala no Campus da UFRB/CETENS.

A Teia apresenta o trabalho encaixado no Eixo 03 – Luta de Classes, Território e Soberania alimentar – sobre Trechos Solidários Agroecológicos: uma sistematização dos mutirões da Teia Agroecológica dos Povos. Na apresentação, facilitada por Alejandra Johnson e Joelson Ferreira, foi apresentada a metodologia que utilizamos em cada trecho e mutirão, as mobilizações que são necessárias para que cada uma dessas ações obtenham sucesso e ainda os desafios encarados.
 Pontuando que não temos apoio de nenhum órgão para nenhuma dessas atividades, sendo realizado com LUTA e muito esforço dos povos da Teia.

 Esse espaço foi dividido com outras apresentações, o que facilitou o diálogo em roda sobre as temáticas abordadas, as quais:
 - No diálogo entre a agroecologia e a Educação do Campo: reflexões sobre cultura e trabalho camponês, com Emílio Neto;
- Os desafios da Agricultura familiar no Brasil e no território Sertão Produtivo-BA: o agronegócio e os grandes empreendimentos, com Priscila Lima;
- Os sistemas silvo agropastoris: a importância socioeconômica das comunidades tradicionais fundo de pasto na Bahia, com Isabel Santos e André Silva.

 Em meio ao diálogo Joelson afirma: “ A agroecologia é a ciência e a política dos Povos para mudar a realidade”.



  • Mesa de apresentação



 A mesa composta por Joelson Ferreira, Jorge Rasta, com mediação do Prof. Aurélio Carvalho teve início na tarde da sexta-feira, 03/09, para dialogar sobre Luta de Classes, Território e Soberania Alimentar foi recebida inicialmente por um toré que os estudantes e moradores da residência universitária indígena apresentou. Composto por índios Pancararu, Tuxá, Pataxó, Potiguara, Caimbé, Tumbalalá, Kariri, Funiô e Aticon. 

 Jorge Rasta começa sua apresentação falando sobre a sua história de vida e da Casa do Boneco, e diz: “estamos aprendendo a arrumar os termos de nossa luta” quando fala sobre a luta de classes que a elite brasileira hoje levanta e sustenta. 
Ele diz ainda que a luta de classe obedece ao termo colonial que foi construída pra dividir o povo brasileiro e sobre a diferença existetnte entre o conhecimento tradicional e popular do conhecimento da academia e científico, o que fomenta a diferença de classes ainda mais. 
Pontua e esclarece que as maiores batalhas que travamos e temos atualmente é contra o monopólio da terra, da água e da comunicação, se encontrando em poucas mãos. “São três povos (indígenas, afrobrasileiros e sem terra) diferentes que estão na mesma luta” afirma Jorge Rasta.



Joelson faz sua apresentação complementando o que Jorge Rasta fala sobre a luta de classes complementando que agora temos uma morte lenta e continuada do nosso povo, fazendo relação com os acontecimentos recentes nos Guarani Kaiowá, e que a riqueza do Brasil é construída à custa do sangue e da morte do povo indígena e negro.

 “A elite branca vem matando desenfreadamente, quando vemos as estatísticas é o povo negro que tá sendo morto” comenta. Enfatiza que para assumir o território temos que ter coragem de plantar e cultivar na terra e que agroecologia é 10% de teoria e 90% de prática. Assim, a ciência e a política junto à agroecologia e com seus conhecimentos e bases pode construir a revolução que queremos para o povo. Isso é uma forma de empoderamento dos povos que com o seu conhecimento e convivência na terra podem assumir a soberania alimentar.

 Destacou a história que o Assentamento Terra Vista carrega de luta, sofrimento e superação com a agroecologia, conseguindo recuperar 92% da mata ciliar e assim revitalizar o rio Alinça que estava quase desaparecido há 20 anos atrás.


A mesa após esse momento de apresentação das ideias foi aberta pra dialogar com os participantes, onde tivemos a intervenção de estudantes, professores e militantes complementando as ideias postas pelos mestres e como conclusão foi registrado o momento final com essa bela imagem. 


 Diga ao povo que avance, e AVANÇAREMOS!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Carta de apoio ao povo Guarani Kaiowá

Nós, da TEIA de Agroecologia dos Povos, queremos explicar à presidenta da república que a situação dos Povos Indígenas não é questão de polícia, nem tão pouco do exército brasileiro, a questão indígena é a urgência na demarcação das terras, principalmente as terras dos Povos Guaranis e Guaranis Kaiowá.

Queremos salientar à presidenta que quem votou na senhora foi a esquerda brasileira e a senhora está administrando para a direita. Vamos dar alguns exemplos: a política econômica entregou aos banqueiros; a direita saiu às ruas para tentar dar impeachment à senhora e bater panelaço e humilhar a presidência da república, a senhora amenizou dizendo que tudo não passava de “democracia brasileira”. Durante a sua visita aos EUA, um irresponsável passou dois dias em Washington para humilhá-la e nada aconteceu. Diante da humilhação, tanto os seguranças quanto o ministro da Justiça se calaram.

Quando é um chamado dos ruralistas, dos assassinos que massacraram e querem continuar matando os indígenas, a senhora e seu ministro colocam logo o exército e a força nacional para reprimir os indígenas e todo povo que luta por terra. Os indígenas, os povos originais, são cidadãos brasileiros e têm o direito de permanecer em suas terras. Será que a senhora só tem coragem de reprimir e mandar matar os pobres e todos aqueles votaram em vocês?

Foto: Marcelo Casal / ABR

Reflita, presidenta, e nos responda! Estamos cansados de votar na esquerda e sermos abandonados covardemente por vocês. O seu governo está a serviço de quem o elegeu ou está a serviço da direita? Se posicione, presidenta! Os povos indígenas e o povo negro não aguenta mais sofrer violências pelos racistas e perseguidores. Nas grandes periferias das cidades grandes, a polícia e as forças de repressão estão matando o povo negro. No campo, o exército e a Força Nacional está reprimindo e massacrando o povo indígena. Será que a senhora não entendeu e não entende que todas as terras brasileiras é do Povo Indígena? Será que não leu a constituição brasileira que tem a auto-determinação do povo indígena. Não eu qua constituição garante a proteção dos povos indígenas e a demarcação de suas terras? 

Se posicione de que lado a senhora está, presidenta Dilma. Estamos cansados desse governo medíocre de direita. A TEIA DOS POVOS EXIGE A IMEDIATA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS DOS POVOS TUPINAMBÁS, DOS GUARANIS E GUARANIS KAIOWÁ E DE TODOS OS POVOS QUE LUTAM POR TERRAS, POIS ESSAS TERRAS PERTENCEM AOS POVOS ORIGINAIS. PELO FIM DO MASSACRE DOS POVOS INDIGENAS E DO POVO NEGRO.

Solange Brito e Joelson Ferreira
(Assentamento Terra Vista - BA)


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Chamada para a IV Jornada de Agroecologia da Bahia

A data da IV Jornada de Agroecologia da Bahia se aproxima. De 29 de outubro a 01 de novembro de 2015, no Assentamento Terra Vista - Arataca (BA). Espalhe essa semente!

Vídeo-registro do I Encontro de Mulheres da Teia dos Povos

Nos dias 21 e 22 de agosto de 2015, indígenas, quilombolas, assentadas, juventude e crianças se uniram no Assentamento Terra Vista durante o I Encontro de Mulheres da Teia de Agroecologia dos Povos. Abaixo, você confere um vídeo-registro de como foi.