A IV jornada de
agroecologia que será realizada no Terra Vista definiu como tema
Terra, Território e Poder. Nessa grande jornada vamos dialogar e
definir o que significa território para os indígenas, o que
significa Terra para os Sem Terra, Território para as comunidades
Quilombolas e o que significa Terra e Território para as comunidades
urbanas.
A partir desses
conceitos e desses conhecimentos teremos o dever de resgatar a luta
de Ganga Zumba, Dandara e Zumbi dos Palmares pela grande conquista da
república Palmarina. O significado da luta Conselheirista, ou seja,
o significado da luta de Conselheiro no sertão da Bahia, a luta pela
terra em Contestado em Santa Catarina e à guerra dos Farrapos no Rio
Grande do Sul e nesse momento oportuno faz-se resgatar duas grandes
guerras e a força da aliança.
A Guerra de 2 de
Julho da Independência da Bahia, onde unificou indígena,
quilombola, vaqueiro, a comunidade urbana e todos àqueles que
anseiam pela luta por liberdade. Essa aliança se concretizou numa
grande vitória contra os opressores e toda elite que dominava a
Bahia, esta aliança vitoriosa que se consagrou na Bahia só teve um
pecado; não teve a dimensão do território brasileiro e que ali era
a oportunidade de fazer a Primeira Revolução Brasileira e mais
ainda uma Revolução de Classe, de unidade de todas as classes. Mais
vitoriosa em sentido da defesa do território baiano, só faltou a
libertação de todo Brasil.
Outra luta
importante que não estou interessado em colocar na ordem temporal e
cronológica, já que não cabe explicação por não ser um trabalho
acadêmico, mas tenho que relatar uma importante aliança para
derrota do inimigo, a Grande Aliança dos Tamoio no Rio de Janeiro
que derrotou todos os inimigos invasores daquele nosso tempo.
Explicando isso quero dizer hoje que está na ordem do dia a luta de
Ganga Zumba a Zumbi para construção da República Socialista
Brasileira e da desejada democratização da terra como desejava o
povo de Consellheiro. Lembrando todas as guerras vitoriosas e
derrotadas queremos dizer que nesse momento de incerteza, de ódio,
de fascismo, de golpismo se faz necessário os homens e mulheres da
guerra construir um novo pacto para a guerra de defesa não só dos
últimos patrimônios não espoliados pela elite dominante que há
515 anos vêm fazendo guerra de destruição de qualquer perspectiva
dos indígenas, do povo negro, e da classe trabalhadora de Terra,
Terrritório e Liberdade.
E, nesse exato
momento, a obscuridade de Fascismo, de ódio de classe e de
desrespeito a todas as formas de diversidade cabe a todos os pobres,
os negros, os indígenas, os trabalhadores, as minorias, à juventude
e todos aqueles que sonham com educação, trabalho, liberdade e que
não concordam com nenhum sistema fascista e odioso para construir
uma trincheira de ideais e de liberdade e, se possível, se preparar
para a guerra de defesa pois os fascistas hipócritas e o poder do
partido midiático já vem fazendo guerra de genocídio desde 1500
até os dias atuais contra os indígenas, o povo negro e os pobres do
Brasil.
Agora, não fomos
nós que decretamos guerra e sim a elite e todos os escravistas a
postos desde 1500. Agora é luta de classe! Ou derrotamos eles ou nos
derrotarão!
Mas agora há um
divisor de águas, agora não é mais uma derrota dos negros, dos
índios, agora é a derrota da possibilidade de uma perspectiva de
vida humana na Terra. Ou seja, agora é uma guerra de civilização,
como outrora já aconteceu. Roma, Babilônia, os impiedosos contra os
pobres do mundo. Ou seja, é o Sistema Capitalista no modo consumista
e destrutivo de toda natureza contra os homens e mulheres simples
amante da Natureza e que necessita dela pra viver contra todos os
poderios e destrutivos da forma de vida na Terra.
Vamos simplificar
o dono do capital com toda sua ambição e sua destruição e só
resta os pobres da terra e os homens e mulheres da boa vontade para
defender a nossa Mãe Terra. E nessa metamorfose muitos definem
assim, Pátria ou Morte, mas os defensores, os pobres, da Terra tem
de defender Vida contra a destruição e morte da Terra, nós somos
vida e nunca morte.
Esta mensagem é
para a conferência indígena que está acontecendo na Serra do
Padeiro, nas terras sagradas Tupinambá e todos os indígenas do
Brasil que estão emanados nas Conferências locais para discutir o
rumo da Terra, do Território e todas as sabedorias milenares que
estão no Brasil há mais de 12000 anos.
A todos indígenas
e donos da Terra, nosso desejo de unidade e de convocação ao povo
negro, aos Sem Terra, ao povo da periferia e todo descontente do meio
urbano de dizer e fazer acreditar no cuidado com a Mãe Terra que há
possibilidade de construir uma nova perspectiva de Humanidade. E
junto com todos os seres da natureza reconstruir a nossa permanência
e convivência com nossa Mãe.
Axé para todos!
Mestre Joelson
Ferreira
Assentamento Terra Vista, Arataca - BA
Assentamento Terra Vista, Arataca - BA
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