segunda-feira, 6 de julho de 2015

Viva às conferências estaduais e nacionais dos povos Indígenas do Brasil

   
A IV jornada de agroecologia que será realizada no Terra Vista definiu como tema Terra, Território e Poder. Nessa grande jornada vamos dialogar e definir o que significa território para os indígenas, o que significa Terra para os Sem Terra, Território para as comunidades Quilombolas e o que significa Terra e Território para as comunidades urbanas.
A partir desses conceitos e desses conhecimentos teremos o dever de resgatar a luta de Ganga Zumba, Dandara e Zumbi dos Palmares pela grande conquista da república Palmarina. O significado da luta Conselheirista, ou seja, o significado da luta de Conselheiro no sertão da Bahia, a luta pela terra em Contestado em Santa Catarina e à guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul e nesse momento oportuno faz-se resgatar duas grandes guerras e a força da aliança.
A Guerra de 2 de Julho da Independência da Bahia, onde unificou indígena, quilombola, vaqueiro, a comunidade urbana e todos àqueles que anseiam pela luta por liberdade. Essa aliança se concretizou numa grande vitória contra os opressores e toda elite que dominava a Bahia, esta aliança vitoriosa que se consagrou na Bahia só teve um pecado; não teve a dimensão do território brasileiro e que ali era a oportunidade de fazer a Primeira Revolução Brasileira e mais ainda uma Revolução de Classe, de unidade de todas as classes. Mais vitoriosa em sentido da defesa do território baiano, só faltou a libertação de todo Brasil.
Outra luta importante que não estou interessado em colocar na ordem temporal e cronológica, já que não cabe explicação por não ser um trabalho acadêmico, mas tenho que relatar uma importante aliança para derrota do inimigo, a Grande Aliança dos Tamoio no Rio de Janeiro que derrotou todos os inimigos invasores daquele nosso tempo. Explicando isso quero dizer hoje que está na ordem do dia a luta de Ganga Zumba a Zumbi para construção da República Socialista Brasileira e da desejada democratização da terra como desejava o povo de Consellheiro. Lembrando todas as guerras vitoriosas e derrotadas queremos dizer que nesse momento de incerteza, de ódio, de fascismo, de golpismo se faz necessário os homens e mulheres da guerra construir um novo pacto para a guerra de defesa não só dos últimos patrimônios não espoliados pela elite dominante que há 515 anos vêm fazendo guerra de destruição de qualquer perspectiva dos indígenas, do povo negro, e da classe trabalhadora de Terra, Terrritório e Liberdade.
E, nesse exato momento, a obscuridade de Fascismo, de ódio de classe e de desrespeito a todas as formas de diversidade cabe a todos os pobres, os negros, os indígenas, os trabalhadores, as minorias, à juventude e todos aqueles que sonham com educação, trabalho, liberdade e que não concordam com nenhum sistema fascista e odioso para construir uma trincheira de ideais e de liberdade e, se possível, se preparar para a guerra de defesa pois os fascistas hipócritas e o poder do partido midiático já vem fazendo guerra de genocídio desde 1500 até os dias atuais contra os indígenas, o povo negro e os pobres do Brasil.
Agora, não fomos nós que decretamos guerra e sim a elite e todos os escravistas a postos desde 1500. Agora é luta de classe! Ou derrotamos eles ou nos derrotarão!
Mas agora há um divisor de águas, agora não é mais uma derrota dos negros, dos índios, agora é a derrota da possibilidade de uma perspectiva de vida humana na Terra. Ou seja, agora é uma guerra de civilização, como outrora já aconteceu. Roma, Babilônia, os impiedosos contra os pobres do mundo. Ou seja, é o Sistema Capitalista no modo consumista e destrutivo de toda natureza contra os homens e mulheres simples amante da Natureza e que necessita dela pra viver contra todos os poderios e destrutivos da forma de vida na Terra.
Vamos simplificar o dono do capital com toda sua ambição e sua destruição e só resta os pobres da terra e os homens e mulheres da boa vontade para defender a nossa Mãe Terra. E nessa metamorfose muitos definem assim, Pátria ou Morte, mas os defensores, os pobres, da Terra tem de defender Vida contra a destruição e morte da Terra, nós somos vida e nunca morte.
Todos os povos da Terra uni-vos em defesa da Mãe Terra, Pacha mama e toda sua forma de vida.
Esta mensagem é para a conferência indígena que está acontecendo na Serra do Padeiro, nas terras sagradas Tupinambá e todos os indígenas do Brasil que estão emanados nas Conferências locais para discutir o rumo da Terra, do Território e todas as sabedorias milenares que estão no Brasil há mais de 12000 anos.
A todos indígenas e donos da Terra, nosso desejo de unidade e de convocação ao povo negro, aos Sem Terra, ao povo da periferia e todo descontente do meio urbano de dizer e fazer acreditar no cuidado com a Mãe Terra que há possibilidade de construir uma nova perspectiva de Humanidade. E junto com todos os seres da natureza reconstruir a nossa permanência e convivência com nossa Mãe.
Axé para todos!
Mestre Joelson Ferreira
Assentamento Terra Vista, Arataca - BA

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