Entre os dias 17 e 19 de julho cerca de 80 lideranças indígenas do povo Pataxó Hã hã hãe reunidos no Assentamento Terra Vista, em Arataca-BA, com o apoio de colaboradores de diversas instituições e movimentos sociais do sul da Bahia, discutiram seus principais problemas e apontam propostas e soluções.
A Conferência foi aberta sob
a coordenação de Luiz Titiá e teve participação de Joelson
Fereira, coordenador do Assentamento Terra Vista, Tiago de Paula
representante regional da FUNAI, além de representantes da CPT,
CIMI, Teia Agroecológica, Sesai entre outros.
O desmatamento das nascentes e
margens dos córregos e rios pela pecuária durante a ocupação
ilegal dos fazendeiros causou a escassez de água no território
indígena, fazendo com que a recuperação dessas áreas se imponha
como um objetivo estratégico para alcançar a segurança hídrica e
alimentar desses povos.
Outro desafio importante é a preservação e recuperação da cultura indígena,
ameaçada pela influência da mídia sobre a juventude dentro das
aldeias. Nesse campo, as religiões que não respeitam a cultura
indígena formam outro desafio a ser enfrentado.
Na Conferência os Pataxós Hãhãhãe recordaram ainda sobre sua cultura pré-colonial, suas relações, cantos, fala etc. Sobre isso o professor Edson Kaiapó observou “O Brasil foi construído sobre o cemitério e com sangue indígena e negro”.
Outro tema refletido foi a
condição das mulheres indígenas, onde
houve uma roda de diálogos para compreensão das demandas atuais e
ficou encaminhado um encontro das mulheres indígenas à ser realizado em Itaju do Colonia, onde as mulheres da Teia
dos Povos também estavam convidadas. Além disto foram escolhidas as representações para a conferência
regional.
O momento do encerramento foi com a formação de um grande círculo simbolizando a união entre indígenas, negros, agricultores familiares e ainda representações institucionais, juntos fizemos um ritual em homenagem à vida através das sementes.
O momento do encerramento foi com a formação de um grande círculo simbolizando a união entre indígenas, negros, agricultores familiares e ainda representações institucionais, juntos fizemos um ritual em homenagem à vida através das sementes.
Texto: Fábio Titiá, Aniele Silveira e Joaci Cunha (CEAS)
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