Na busca pela segurança e soberania alimentar de nossos povos
tradicionais, nos voltamos ao início: as sementes. Mais que a gênese
das nossas práticas agrícolas, partimos pelo resgate dos
conhecimentos ancestrais que asseguraram e asseguram a permanência e
resistência de nossos irmãos Indígenas, Quilombolas e Camponeses
em seus territórios, para reger nossas 'novas' práticas técnicas e
culturais afim de promover as mudanças necessárias para garantir a
perpetuação e fortalecimento da existência dos povos tradicionais
no atual sistema instaurado em nossa sociedade.
É “tempo de buscar paciência e sabedoria”, portanto,
começaremos por juntar os grãos e as milhares de histórias, lutas,
experiências, vivências e conhecimentos de tantos povos, que cada
semente carrega. Talvez seja essa, não apenas a base, mas, um dos
objetivos principais da Rede; compreender o valor contido nas
sementes. A construção da rede de sementes da Teia dos Povos é
concretizar espaço uníssono para guardamos com segurança os grãos
e saberes coletados em cada canto de nossos territórios, de nosso
país, de nossa grande pátria e ao redor do mundo. Pois, vivemos a
degradação da biodiversidade das sementes, simultânea à
apoderação das mesmas por grandes empresas que vêm impondo sua
hegemonia atendendo apenas aos seus interesses capitalistas.
Foi frisado o papel da juventude na luta em defesa, e em prol de suas
raízes. A grande dificuldade deixou de ser o acesso ao conhecimento,
o acesso aos meios de comunicação, mas, sim a falta de interesse
pelas causas e tradições de nossos povos. A internet, e suas
milhares de ramificações e modos de acesso, é uma grande
ferramenta que principalmente a juventude precisa se empoderar e
assumir controle sobre quais informações lhes são úteis, quais
culturas lhes são agregadoras e quais degradam seu povo e suas
lutas, ao invés da simples reprodução e aderência a tradições
alheias à nossa realidade, que são impostas pelo/para o convívio
social.
Precisamos que nossos jovens saibam as histórias de nossos povos e
que também saibam e desenvolvam tecnologias que promovam avanços
para nossos povos. Para isso, é (re)lembrado o convite desafiador de
sairmos da zona de conforto e praticarmos as teorias debatidas e
materializarmos os debates filosóficos, unindo assim o saberes
acadêmicos e tradicionais em prol dos Indígenas, Quilombolas e
Camponeses.
"Nossa tarefa é um grão de semente para fazer a revolução
brasileira!".
DIGA
AO POVO QUE AVANCE...
E
AVANÇAREMOS!!!
Teia dos Povos da Cabruca e Mata Atlântica
Parabéns a todos que acreditam que a partir de tudo isso avançaremos. Feliz e confiante!
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